ENTREVISTAS COM OS VENCEDORES DOS UTA
Os anteriores vencedores do UTA conversaram connosco e têm muito a dizer!
Recomendações, 2019TWC entre outros, são os temas discutidos.
LUÍS MOTA (2011)
P: O que distingue os Trilhos dos Abutres das restantes provas nacionais?
R: Os “Abutres” nasceram de uma forma simples, num quartel de bombeiros, pelos conselhos de carismáticos do Trail e aprendizagem de uns jovens de Miranda do Corvo. É uma mistura de ensino, dos mais experientes e de aprendizagem dos jovens aventureiros. Dificilmente haverá algum atleta em Portugal que ainda não participou. ou que pretende participar, nos Trilhos dos Abutres.
E claro, falar de Abutres é falar de Vitorino Coragem.
P: O que mudou, para ti, depois da vitória nos Trilhos dos Abutres?
R: Mudou muita coisa. Se no plano desportivo foi o iniciar de uma carreira, com objectivos mais altos que consegui alcançar, no plano pessoal foi o construir de uma nova forma de vida, rodeado de muita gente valiosa.
P: O que recomendarias a quem vai participar nos Trilhos dos Abutres?
R: Que treinem e, mesmo assim, a vida não será facilitada. Recomendo igualmente que tragam quem os acompanha diariamente, familiares, amigos e que se espalhem pela serra, no apoio aos atletas. Este esforço, esta felicidade, partilhada tem mais valor!
P: Qual a especificidade do teu treino para os Trilhos dos Abutres?
R: Em dezembro, acorda a “Alma de Abutre”. Vou a provas curtas, às corridas de São Silvestre, mas o trabalho diário é com pensamento na prova. Nos treinos, muitas são as vezes que penso na canção dos “Caminheiros do Espinho:
– Eu quero ir, eu quero ir, eu quero ir,
– Eu quero ir ao Gondramaz…
Depois, é “treinar com qualidade”. Nos dias mais importantes do treino, visto a camisola de uma das edições da prova, da qual sou totalista.
P: A vitória que mais desafio te deu?
R: É difícil escolher uma prova, felizmente foram muitos os momentos em que fui feliz, chegando em primeiro lugar, depois de muitas horas de trabalho.
Contudo, no trail, mais do que as vitórias, é conseguir superar as adversidades. Quando estamos para abandonar, surge a ajuda de Amigos, que prescindem da sua prova e não nos deixam para trás. Esses são dos melhores momentos que guardo e agradeço.
P: Qual a tua referência no trail?
R: No Trail não tenho como referência nenhum Atleta em particular, mas admiro o trabalho e exemplo de muitos homens e mulheres.
NUNO SILVA (2013/ 2014)
P: O que distingue o Trilhos dos Abutres das restantes provas nacionais?
R: Claramente o percurso, a altura do ano em que se realiza e a beleza dos vários locais por onde passa, ex: aldeia de Gondramaz, as várias cascatas de água, Penedos dos Corvos, etc. Mas, saliento o percurso, pois este decorre maioritariamente por trilhos técnicos, criados de forma muito natural, que é “enriquecido” pela lama criada devido a água da chuva.
P: O que mudou, para ti, depois da vitória no Trilhos dos Abutres?
R: Não mudou muita coisa, apenas foi uma confirmação do meu valor como atleta e que claramente a longo/médio prazo terá contribuído para o aparecimento de apoios.
P: O que recomendarias a quem vai participar no trilhos dos abutres?
R: Sendo que a prova não será realizada em janeiro, mas em junho, penso que não terão que se preocupar com a lama! Sendo assim, recomendo que dêem atenção ao treino de força e funcional, assim estarão melhor preparados para ultrapassar as zonas técnicas.
P: Quem pensas serem os maiores candidatos à vitória no TWC2019? Porquê?
R: Dizer um nome é complicado, mas sem dúvida mencionaria a selecção Espanhola (M/F), é a selecção mais forte, e daqui podem sair tanto os vencedores masculino e feminino. De referir também Jonathan Albon e Ragna Debats, outros dois candidatos muito fortes, com resultados mais que dados em provas com percursos técnicos. Apontava também o português André Rodrigues que pode ter aqui a sua oportunidade, pois encontra-se em excelente forma física, está motivado e conhece o percurso de “olhos fechados”.
P: Estás a pensar participar na prova de 2019? Porquê?
R: Não. No TWC não integro a selecção Nacional e na prova aberta não tenciono participar, pois pessoalmente para mim o Trilhos dos Abutres é em janeiro!
P: Qual a tua opinião sobre a Serra da Lousã e toda a sua envolvência no Trilhos dos Abutres?
R: A Serra da Lousã é uma serra de baixa de altitude, com zonas muito abrigadas o que permite treinar durante todo ano, sendo o seu acesso muito fácil. E o Trilhos dos Abutres souberam valorizar isso da melhor maneira, interligando a serra e as gentes de Miranda do Corvo.
RICARDO SILVA (2015)
P: O que distingue o Trilhos dos Abutres das restantes provas nacionais?
R: As imagens de marca dos Abutres são a parte técnica de alguns dos seus trilhos e as condições do terreno onde a prova se desenrola. Os Abutres realizam-se no final de janeiro e por isso as condições climatéricas acrescentam uma dificuldade extra ao percurso. A lama faz parte dos Abutres.
P: O que mudou, para ti, depois da vitória no Trilhos dos Abutres?
R: Para mim não mudou nada, continuo a ser a mesma pessoa que era antes. A diferença poderá ter surgido apenas pela forma como as pessoas olham para mim, já não consigo passar despercebido.
P: O que recomendarias a quem vai participar no Trilhos dos abutres?
R: Uma vez que a prova se vai desenrolar em junho, o piso vai estar muito mais seco do que em janeiro. Dessa forma, a aderência vai ser melhor e a progressão mais rápida. Ter atenção ao ritmo inicial, uma vez que o início da prova convida a grandes ritmos e as dificuldades estão localizadas depois do primeiro terço da prova. Ter um pouco de cuidado nas descidas mais técnicas.
P: Qual o momento mais marcante da tua carreira no trail? Porquê?
R: O momento mais marcante para mim foi o segundo lugar nos 100km de São Mamede, Portalegre em 2014. Foi inesperado e ao mesmo tempo uma das maiores aprendizagens que tive em prova.
P: O que podem as seleções estrangeiras esperar deste Trilhos dos Abutres?
R: Se o percurso for igual aos últimos anos, será um percurso completo. Tem um início muito rápido seguido de duas zonas um pouco técnicas e uma parte final rápida, embora técnica. Não tem subidas com muita inclinação, são bastante progressivas. É um percurso de diversão.
P: Na tua opinião, o que está a faltar para Portugal crescer e se afirmar mais nesta modalidade?
R: Portugal tem todas as condições para se afirmar no trail. Tem condições geográficas e climatéricas excelentes para a prática da modalidade. Tem potencial humano para ter grandes atletas.
Falta uma cooperação séria entre os vários intervenientes na modalidade para o seu crescimento. Organizadores de provas, atletas, associações / federações e equipas têm de trabalhar em conjunto para o desenvolvimento da modalidade e não pensar a curto prazo.
DAVID QUELHAS (2016)
P: O que distingue os Trilhos dos Abutres das restantes provas nacionais?
R: Na modalidade, o Trilhos dos Abutres são uma prova pioneira em Portugal e umas das provas mais antigas do país, é um factor a ter em conta. Por outro lado, a beleza do traçado e a altura do ano em que se realiza, são pontos cruciais para o sucesso do evento.
P: O que mudou, para ti, depois da vitória nos Trilhos dos Abutres?
R: Em termos desportivos e pessoais nada mudou. Ganhar o Ultra Trilho dos Abrutes e fazer parte da história da prova, que por sua vez é um dos maiores e mais competitivos eventos de trail do país, é sempre bom.
P: O que recomendarias a quem vai participar no Trilhos dos Abutres?
R: Saber tirar partido da beleza do cenário onde se desenrola a prova.
P: Enquanto atleta, o que recomendarias à organização do 2019TWC?
R: Em termos de organização, a prova é um exemplo a seguir para qualquer organização em Portugal, e a eleição para o 2019TWC é o reconhecimento de muitos anos de trabalho de um evento de referência no país. Que o que foi feito até agora seja o reflexo do futuro das próximas edições.
ANDRÉ RODRIGUES (2017/ 2018)
P: O que distingue os Trilhos dos Abutres das restantes provas nacionais?
R: Manter-se fiel ao seu conceito original e o misticismo que tem a serra da Lousã no inverno.
P: O que mudou, para ti, depois da vitória no Trilhos dos Abutres?
R: Ganhar os Abutres não mudou muito, mudou sim a minha primeira participação na prova. Foi a segunda prova de trail que fiz, e fiquei completamente rendido ao que vivi naquele dia e, a partir daí, o Trail tornou-se na minha maior paixão.
P: O que recomendarias a quem vai participar no Trilhos dos abutres?
R: Que aproveitem a oportunidade de estar na linha de partida da mais mítica prova de Portugal, que se preparem muito bem nos meses anteriores para que no dia da competição possam desfrutar do maravilhoso percurso ao máximo
P: Que atleta queres muito acompanhar no 2019TWC?
R: Como vou competir no Campeonato do Mundo, não gasto energia a pensar em quem vai estar, ou não, na linha de partida, apenas naquilo que eu e os meus colegas de seleção teremos de fazer, que é correr o mais rápido possível.
P: Como vês todo este mediatismo à volta do Trilhos dos Abutres, resultante da organização do 2019TWC?
R: É fantástico para o Trail Nacional e para a modalidade em si, no entanto para os Abutres acho que acaba por ser quase um “sacrifício pela modalidade”, pois além de perderem um pouco da sua identidade, devido as imposições internacionais, o retorno será maior para todo o meio envolvente do que para a organização propriamente dita, na minha opinião.
P: Pensas que Portugal tem condições excepcionais para a prática de trail running? Porquê?
R: Temos alguns locais com condições excepcionais sim, como é o caso da Serra da Lousã, onde se realiza a prova. Isso, aliado a organizações de topo, faz com que, apesar de um pouco limitados pela nossa geografia, sejamos já uma referência em termos de organização de provas a nível mundial.
Main sponsor:
Berg Outdoor
An organization:
Associação Abutrica
Federação Portuguesa de Atletismo
ITRA – International Trail Running Association
International Association of Ultrarunners
With the support:
Câmara Municipal de Miranda do Corvo
Município de Coimbra
Turismo Centro de Portugal
CIM Região de Coimbra
Aldeias do Xisto
Iniciativa/Programas Co-Financiadores:
Dueceira
iNature Serra da Lousã
Provere iNature
Centro2020
União Europeia
Local Sponsors:
Água de Luso
Piclima Lda.
Crédito Agricola
Intermarché Miranda do Corvo
Pingo de Mel
Grupo Isidoro
Local partners:
Junta de Freguesia de Miranda do Corvo
Junta de Freguesia de Vila Nova
Baldios de Vila Nova
Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo
GIPS/GNR
Media Partners:
Running Magazine
Radio MARCA
Authorized Chinese Communications Partner:
Grittao Sports
Media Local Partners:
Diário de Coimbra
Diário das Beiras
Digital /Technical Partner:
Trail-Running.pt
Xtrail Running Forum
Correr Por Prazer
Revista Trail Running
Race partner:
Ultra Sanabria by Stages
Thanks to:
Associação de Trail Running de Portugal
Associação Distrital de Atletismo de Coimbra
2019TWC
“You make it EPIC”
by Cream Agency